quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Mais um dia

Mais um dia
Mais uma marca
Prometi a mim mesmo aguardar
Prometi esperar pela esperança
Pela insensatez que jorra do sangue
Pelas dúvidas que regem o coração

Se soubéssemos que sentir é estar na ponta da faca
Correriamos uns dos outros
Mas achamos que tudo são flores
Assim dilaceramos por amor

Mais um dia
Mais uma cicatriz
Deixada para traz pra morar com a vida
A vida do bobo, do ingenuo, do triste, do sofrido
Do apaixonado

sábado, 30 de abril de 2011

Desespero sossegado

Acho que a primeira idéia, aquilo que realmente tornaria essa postagem interessante aos olhos dos leitores incautos, seria contradizer totalmente a proposta de postagem lançada pelo Pedro anteriormente.  Somos todos amigos aqui, mas a ordem do dia é desmentir, achincalhar, destronar. Espera-se o simples prazer de querer ser diferente, de querer ser “do contra”. Essa pode ser muito bem a tão comentada hipocrisia...
Criar e conviver são tarefas muito complicadas, na verdade. Viver por si só não é fácil e muitas vezes em meio à tormenta basta estar supostamente assegurado de alguma coisa para se considerar um ser humano, um ser pensante, um ser no nada. Antigamente, uma pessoa podia querer ser Pelé, podia querer ser Che Guevara ou até mesmo Albert Einstein. Hoje, todos querem ser Google. Quem pode ter uma alma  quando cada um é uma enciclopédia?
Não quero proporcionar aqui um quadro desolador sobre qualquer coisa e além. Tenho poucas coisas para falar, não quero me manifestar em excesso ou ser um prolixo. Só que, em minha opinião, as coisas se resumem nisso: precisamos avaliar a conduta de criar antes mesmo de criar até mesmo uma pulga de estimação. Antes mesmo de criar um arremedo do novo easy listening. Pintar um quadro, escrever um poema ou compor uma canção é algo terrível. Mas ter que descobrir quanto tempo dura o vídeo caseiro do matador de Realengo é algo mais terrível ainda...
É óbvio que o homem precisa de algo em que acreditar. Não me refiro religião ou algo parecido, mas a um ponto de apoio com que a mente possa trabalhar. Quando eu oponho resistência ao mundo, que eu não construo sozinho, na verdade estou me tornando um mero mecanismo, uma mera máquina – que não sente, mas que funciona.
Peço desculpas se meu texto ofendeu alguém, mas tenho que dizer que concordo com o criar simultâneo. Pareceria muito injusto se nós ainda acreditássemos que o universo gira ao redor do nosso planeta. Às vezes há quem pense que ele nem sequer se expanda, de uma maneira desperadamente sossegada. 

Sugestão de tema: pequenas memórias sobre cidades distantes.     

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Arte de rua

     Me impressionou um outro dia a falta de intervenções artísticas em minha cidade. A rua é um lugar compartilhado, talvez o primeiro palco, o primeiro lugar para se discutir algo e depois simplesmente ir embora. Pena que tal lugar seja tão mal aproveitado em minha urbe! De repente me bateu uma vontade de fazer algo que fazia periodicamente, mas com mais frequência. Que tal um show onde não existe divulgação e nem convidados.
     Simplesmente estamos lá tocando e quem tiver a grande sorte de estar ali, naquele momento, curte o nosso som! Pode ser que alguém filme e isso vá parar na internet. Talvez sirva de inspiração para um escritor, posterior poeta, que pode acabar declamando na rua (outras intervenções partindo da primeira!). Enfim, voltamos à rua. - Porque aqui, meu amigo? - você me pergunta. Porque a rua é pública. É um público constante e intinerante que tem idéias, amigos e vontades. Saiba que se uma pessoa - uma só - tiver a vontade de fazer algo na rua para que outros vejam: Valeu à pena.
     Arte de rua não é só o grafite, primeira coisa que nos vêm à cabeça quando pensamos no termo. Arte de rua é teatro, musica, poesia, dança, expor quadros ao ar livre, desenhar pedestres, plantar flores de papel no passeio público, "esquecer" um livro com dedicatória ao próximo leitor e um pedido encarecido para que ele também "esqueça" o mesmo em algum lugar, pedir para estranhos tirarem uma foto de mãos dadas, andar com uma camisa escrita "estranho" e começar a perguntar o porquê de as pessoas não conversarem com estranhos, contar piadas em um alto-falante, filmar uma intervenção e, depois, fazer uma mostra das intervenções filmadas na rua, pra todo mundo poder ver.
     A arte na rua é uma dança, que faz as pessoas rirem, chorarem e darem cada vez mais as mãos e a voz para participar. A arte na rua é uma grande ciranda, que roda constantemente e pede para que cada vez mais pessoas participem da roda. Roda comigo nessa ciranda? Faz comigo essa arte que movimenta constantemente o modo de pensar e agir dos passantes? Intervém comigo! Do seu jeito. Mostra o que você faz para fazer com que as pessoas exponham suas artes com mais expressividade e liberdade.
     Expressão? Arte de rua. Liberdade? Ciranda de Rua!

Pedro de grammont.

Queria que nosso próximo literário escrevesse sobre o processo de produção coletiva, sobre o termo "cocriar".

sábado, 23 de abril de 2011

Hipócrita, eu?

''Pare de ser hipócrita'', essa é realmente a frase que esquenta uma briga. Mas o que realmente significa esse argumento? Alguém sabe o que é hipocrisia? (não vale o significado do dicionário). entre os intelectuais ser hipócrita é ser cool, muito mais cool que ser snobe. E onde a mentira se divide da hipocrisia? Como várias coisas, eu acho a hipocrisia algo bem engraçado. Mas quem sou eu pra falar? Para mim tudo tem seu lado cômico. OPA... Será que sou hipócrita porque disse isso? Será que sou um hipócrita que gosta de hipocrisia. Que medo!!
Mas ainda estou na duvida... Será ''hipócrita'' uma insuficiência na comunicação (analisando o grego)?
O pior é que no fundo todos somos hipócritas. Chegamos inclusive à um paradoxo: ao chamarmos alguém de hipócrita estamos sendo hipócritas. O que seria da sociedade sem a hipocrisia. Eu digo, seria intediante...
A hipocrisia é realmente muito difícil de entender, talvez por ser algo muito subjectivo.
Fica a dúvida. E seria muito bom se alguém a esclarecesse.
Animal

Desafio do Animal: Que dar uma melhorada no clima desse blog? Gostaria de ver um post sobre alguma arte de rua. Escolham algo incomum por aqui como os Clowns de rua!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Respondendo ao Animal...

Infanciazinha adorável


Alguns vestiram-se de bichinhos da parmalat,
e outros disseram que isso é própria infância,
faz parte da fase e é a fase,
mas aí se considero, me pergunto: então eu me vesti
da infância? Mas o que é vestir infância?
Ou do que é feito infância, tal tecido quente e denominado
de outro jeito como roupa de bichinho da parmalat;
Ah, é tudo muito complicado.

Mas vale dizer que hã... Não, eu nunca vesti.
No entanto sei muito bem o que é sê criancinha, e
de tão aprofundada sabedoria, soube despertar um
desejo de ser também minino ainda hoje, e isso é pouca
gente que tem.
A criança ama a realidade e gosta das coisas.
Mas a sensibilidade também é bem grande,
ela equilibra entre chorar e rir, e é bem lindo
essa tradição.
E eu subia no pé de goiaba e de amora,
mas lembrem-se: ainda o faço!

Porque no fim,
dessa época eu lembro é demais,
A nostalgia transparece no meu rosto,
meu olho fica daquele jeito meio vesgo,
devaneio...vejo lembranças de um bom tempo
sem limites, sem limites de brincadeiras
amizades eram sem fim

a jabuticaba nunca desceu tão bem...
nem o abacate, a goiaba ou um chocolate,

Não vesti de parmalat mas ó!
Tenho saudades!




Juan Narowé

Próximo tema: Temas comuns do dia-a-dia inteiramente abstratos mas sempre usados: você tem o costume de se referir a algo que não tem ideia do que é? "Busca a liberdade mas não sabe sequer o que é prisão?" Apresente seus devaneios como preferir, este blog, como vcs sabem, não tem limites para a criatividade.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ainda da pra piorar

Tiririca...

A Tiririca. Faz-me rir o pirilampo populista. Suas piadas nunca foram tão boas. Essa sua candidatura trouxe um twister de emoção. Piada de timing perfeito.
Mas depois é que se vê que, embora parecesse uma anedota, a algum ponto o senhor falava sério. Só depois das eleições que sua face fervorosamente discutida e denotada de cômica realmente revela a ingenuidade, a falta de seriedade e o protesto estúpido que a massa quer nos empurrar.
Dizia você, Tirirca, que na nossa política “pior que ta não fica”. A mas fica sim. Os milhões de votos paulistas arriscam trazer para nossa política um comediante (e dos piores) sem nenhuma experiência de administração e no qual se tem duvida sobre sua capacidade de ler e escrever. E junto ainda traz consigo um grupo de políticos de honestidade questionável.
Mas tento entender o motivo de votar no Tiririca. Eu realmente tenho essa dúvida. Dizem alguns que foi simplesmente um protesto. P****!!! Um protesto serve para tentar melhorar, não para fu*** mais nosso pais. Há também aqueles que votaram porque o número era fácil ou porque o Tiririca é famoso. Para essas pessoas eu só digo que você não MERECE receber nada do governo, não tem o DIREITO de reclamar de nada e se sua vida é miserável é porque você não faz nada para mudar. E pior que isso. Você não se contenta em prejudicar a si mesmo. Você põe um palhaço no governo e f*** com a vida de todo mundo. Parabéns.
Mas o grande problema é que essa confusão foi só resultado da imbecilidade de muitos eleitores. Eu imagino que Tiririca tenha visto espaço para sua candidatura depois de perceber que Frank Aguiar, Clodovil, Maluf (mais uma vez) e Collor (mais uma vez) foram eleitos. Então, quem vota no tosco cria mais toscos que futuramente criam mais candidatos que votam em toscos. É um maldito ciclo vicioso. Por isso, perguntar: "Tiririca e o povo brasileiro, qual deles é a imagem e qual deles é o reflexo?" é o mesmo que perguntar: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?
E Quanto a você Tiririca, eu estou torcendo para que você seja reprovado no teste de escrita, pegue a sua Florentina e volte pro Show do Tom.
E fique tranqüilo porque eu já sei o que um Deputado Federal faz, não preciso da sua ajuda.


Animal
Para o próximo tema falem de infância, e respondam a pergunta: você já se vestiu de bichinho da Parmalat? Porque eu já. Qualquer dia eu posto a foto.

O Nariz Vermelho

Gostaria de dizer que isto é algo além da brincadeira dos temas; assim, quem for fazer o tema do Tiririca, faça! Não considere isto como fazendo parte do "programa": não passa de uma pequena zuação. É uma releitura de um poema de cartas de amor de Fernando Pessoa. Espero que gostem!



O Nariz Vermelho

Pessoa disse outrora:
RIDÍCULO
E eu digo agora:
RIDÍCULO
Da política e do país:
RIDÍCULO
Eu acho que todo político é
RIDÍCULO
E o tal do Tiririca também
RIDÍCULO
E o diabo rroroso
RIDÍCULO
E o cachorro por trás
RIDÍCULO

E as coisas refletem o
RIDÍCULO
Ou as coisas apropiam-se do
RIDÍCULO
Porque votar por votar é
RIDÍCULO
E cidadania também é
RIDÍCULA
Porque tudo desse meio é
RIDÍCULO

Quem reflete quem se nem sequer o
RIDÍCULO
Que reina na mente dessas pessoas
RIDÍCULAS
Sabem o que é reflexo? É
RIDÍCULO
Pensar que sobre isso tão
RIDÍCULO
Possa surgir algo bom de falar.

E este poeminha também é
RIDÍCULO
E eu sei bem disso e do caso
RIDÍCULO.
Mas pois, este poema
RIDÍCULO
Apesar de nada falar além de um caso
RIDÍCULO
Ele deixa algumas palavras mais além do
RIDÍCULO
E contra o

RIDÍCULO

do

RIDÍCULO:

Os palhaços deputados ou os deputados palhaços?

Porque afinal pensar em algo tão
RIDÍCULO?


Juan Narowé